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Por Carlos Alciati Neto — São Carlos, SP


Glauco Rangel nos últimos quilômetros da prova mais longa e desafiadora do Brasil — Foto: Arquivo Pessoal

O ultramaratonista aquático Glauco Rangel, radicado em Brotas, bateu nesta terça-feira pela manhã o recorde sem uso de traje de neoprene da travessia Do Leme ao Pontal, no Rio de Janeiro, a maior e mais desafiadora prova em águas abertas do Brasil, com 35km de extensão. O atleta cravou 7h13min39s após sair do costado da Pedra do Leme, na zona sul da cidade, e chegar até o Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste.

Rangel, de 46 anos, nadou sem a roupa, que ajuda na flutuação e na resistência ao frio. Com o uso do neoprene, o recorde da travessia pertence a Thiago Rebollo, com 7h02. A marca anterior sem o uso roupa era de Alan Viana, com 7h22 minutos.

O nadador saiu da praia do Leme por volta das 2h30, enfrentou um mar bastante mexido e com uma fina chuva, que se intensificou no decorrer do trajeto. Rangel disse que cometeu um erro na alimentação, optou por ingerir um macarrão à meia-noite que atrapalhou um pouco o desempenho.

Glauco Rangel recebe o troféu na praia do Recreio dos Bandeirantes, sob chuva: nome na história — Foto: Reprodução/LPSA

- Eu me senti bem fisicamente, mas cometi alguns erros de alimentação, vomitei duas vezes. Mas, fora isso, como já passei por essa situação de passar mal, não me assustei, segui nadando. Cheguei forte, consegui emplacar a perna no final e deu tudo certo – disse Rangel, por telefone.

Mesmo com as adversidades, Rangel imprimiu um ritmo forte, nadando 10,4km nas primeiras duas horas e chegando a 22,8km em quatro horas de provam cim um pace médio de 1min13s.

O nadador de Brotas é o 18º a completar a prova, fianalizada oficialmente pela primeira vez por Luiz Lima, em 2008. Rangel é heptacampeão da prova de ultramaratona mais tradicional do Brasil, a 14 Bis, que tem 24km pelo canal que liga Bertioga a Santos.

Leme ao Pontal

A travessia é organizada pela Leme to Pontal Swimming Association (LPSA) e considerada desafiadora pela mudança constante da correnteza, ondulações e presença intensa de água viva pelo fato de a largada ser na madrugada.

Visão de uma das tentativas de travessia do Leme ao Pontal: "não há nada igual" — Foto: Divulgação

O nadador percorre pelo mar as principais maravilhas da cidade do Rio de Janeiro, como o morro do Pão de Açúcar, Forte do Leme, praias do Leme e Copacabana, Forte de Copacabana, Cristo Redentor, Arquipélago das Cagarras, Arpoador, praias de Ipanema e Leblon, Pedra da Gávea, Praia de São Conrado, Costão do Niemeyer, quebra Mar da Barra, praias da Barra da Tijuca, Reserva e Recreio e a Pedra do Pontal.

- É uma aventura e tanto, uma coisa linda. Nadar à noite é especial, o braço fica prateado, um monte de plâncton brilhando, você nem percebe a primeira parte da noite, distrai com as luzes, só vê as luzes do barco e da orla – contou Glauco.

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